quinta-feira, 28 de junho de 2012

Domingo na Serra




A Aliança pela MISERICÓRDIA em uma Parceria com o FotoClubeAlemão convidam para uma trilha ecológica e saída fotográfica nesse domingo, 1º de Julho. O Ponto de Encontro será no CEM -Centro de Educação Multicultural, na Rua Angra dos Reis, 305 - Grotão, Penha. A visita será conduzida pelos integrantes do grupo, para um dos lados mais bonitos da Serra da Misericórdia.

Para quem tiver interesse, a Aliança também promoverá um churrasco de confraternização no mesmo dia, por volta das 15h. O custo sugestivo será de R$ 20,00 e terá a participação dos diversos colaboradores do movimento. Será feito uma discussão sobre o anúncio da verba disponibilizada pelo governo para a implementação do Parque Urbano Municipal na Serra da Misericórdia.

Participe, convide seus amigos, combine com seu grupo. 


O telefone da CEM é o (21) 4108-0258.



A referencia local são Allan Lucas e Mario Band´s

Confirme a sua presença!







Governador Cabral discursava a poucos metros do esgoto a céu aberto


Longe das câmeras que cobriam a inauguração das primeiras UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), no Complexo da Penha, Zona Norte da cidade, os sinais da ausência de serviços essenciais que o estado deve fornecer são aparentes:  a 300 metros do local onde o governador Sérgio Cabral discursava, na manhã desta quarta-feira(26), esgoto corria a céu aberto.
As novas UPPs fazem parte do plano do governo de até o final de julho inaugurar quatro destas unidades no complexo de favelas da Penha. Nesta quarta, a secretaria de Segurança Pública instalou uma na Chatuba e a segunda na Fé/Sereno. Cerca de 400 policiais militares substituirão as tropas do Exército que ocupam aquela região desde o fim de 2010.
Apesar da ocupação pelas Forças de Pacificação trazer a presença policial para áreas antes renegadas pelo Estado, muitos moradores não se mostravam muito entusiasmados com a nova experiência.


"Não adianta só trazer polícia, tem que colocar escolas, melhorar os serviços", diz Relma
"Não adianta só trazer polícia, tem que colocar escolas, melhorar os serviços", diz Relma

O  professor de artes marciais, Robson Relma, 37 anos, ensina MMA  para 150 crianças na favela da Chatuba. Relma, que deu aulas para André Chatuba, campeão de diversos torneios de MMA, se mostra confiante com o projeto de pacificação. Ele, no entanto, crítica a falta de ações sociais na comunidade.
“A favela está mais tranquila para as crianças, sem aquela influência pesada nas ruas. Mas não adianta só trazer polícia, tem que colocar escolas, melhorar os serviços em geral”, sugere o lutador.
Uma das mais antigas moradoras do Morro da Fé, dona Balbina, de 78 anos reclama que nem serviços básicos como água, luz e coleta de lixo chegam à todos.  
Uma bomba leva a água da parte plana até as caixas d’água no alto do morro.  O problema, segundo os moradores, é que estas caixas não suportam a demanda de toda a comunidade, fazendo com que o abastecimento seja interrompido durante vários dias da semana.
“A gente tem água durante três ou quatro dias na semana, depois acaba e nós temos que ir até lá em baixo buscar”, reclama dona Balbina.


Esgoto a céu aberto no Morro da Fé
Esgoto a céu aberto no Morro da Fé

Algumas vielas acima de onde o governador inaugurava a 25ª UPP carioca, Paulo Cesar, 35 anos, mostrava a quem quisesse os diversos problemas que afetam moradores daquela área. 
Próximo da UPP, um canal de esgoto a céu aberto desce os becos da favela. Assoreado com entulho e lixo à mostra, o esgoto atraí  grande quantidade de mosquitos e outros insetos, oferecendo riscos para a saúde dos moradores e, principalmente, para as crianças.
“Quando chove, essa canaleta transborda e vai tudo parar nas casas”, conta.


Árvores foram cortadas mas os galhos não foram recolhidos
Árvores foram cortadas mas os galhos não foram recolhidos

Paulo Cesar mostra ainda o fundo de uma casa repleto de troncos de árvores. Segundo ele, cortaram as arvores que ameaçavam cair mas, além de o serviço ter sido feito 'de qualquer maneira', esqueceram de recolher os galhos cortados:
“Além das árvores eles acabaram quebrando um cano, e por isso algumas casas ainda estão sem água. Os troncos também estão aí jogados até hoje”, reclamou.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Projeto prevê a recuperação de parte da Serra da Misericórdia


Em 2010, ongs e moradores realizaram o movimento "Lago é Nosso!" (Foto: Maycon Brum)
A luta pela salvação da Serra da Misericórdia – que ocupa cerca de 44 km2 na zona norte da cidade do Rio de Janeiro – conquistou um novo capítulo no dia 20 de junho durante a Rio+20. O Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal e a prefeitura do Rio de Janeiro asseguraram o investimento de R$ 15 milhões para construção do Parque Urbano da Serra da Misericórdia.
O projeto pretende recuperar 240 hectares de áreas verdes, com o cerceamento do parque, implantação de infraestrutura, equipamentos esportivos e de lazer e construção de Polos de Atividades Sociais com a criação de um lago artificial.
A Serra da Misericórdia estende-se por 27 bairros do subúrbio carioca: Cascadura, Complexo do Alemão, Del Castilho, Engenho da Rainha, Madureira, Olaria, Penha, Vista Alegre e muitos outros.
Desafios
A criação do parque Urbano da Serra da Misericórdia não corresponde as necessidades e potencialidades locais para salvar a região – bastante degradada pelo desmatamento decorrente da ocupação residencial e industrial.
A Verdejar – organização social que luta há mais de uma década pela revitalização e reflorestamento da região – aponta que o Maciço da Serra da Miséricordia e as pedreiras – responsáveis pela exploração mineral desenfreada – não foram incluídas no projeto apresentado.
Outro desafio é garantir que a gestão do projeto seja realizada por entidades locais com participação popular.
Soluções Jovens
Assim como a Verdejar e o CEM – Centro de Educação Multicultural, EFETA e Raízes em Movimento – muitas organizações que compõe o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia e a Aliança pela Misericórdia lutam pela salvação da Serra da Misericórdia. Um dos projetos sociais realizados recentemente na região foi o Solução Jovem, que teve como mote a preservação da Serra.
Através do projeto, realizado pelo Instituto Raízes da Tradição, Universidade da Juventude e Peace Child, moradores e jovens lideranças do 6o Congresso Mundial de Juventude se uniram para dialogar, festejar e realizar ações (Action Projects!) em algumas regiões da Vila Cruzeiro, uma das comunidades que integram a serra.

#Misericordiaenossa!
Você também pode contribuir com o reflorestamento da região. Faça parte dessa corrente! Compartilhe essa causa com a sua rede de amigos e parceiros.


Fonte: Info Jovem


domingo, 24 de junho de 2012

Além dos debates: a vivência dos discursos sobre justiça social dentro de uma comunidade


Por Bruno Ferreira em 21, junho 2012
Fonte: Agencia Jovem de Notícia

Bruno Ferreira, com a colaboração de Vinícius Balduíno | Imagens: Enderson Araújo e Vinícius Balduíno

Medo, cansaço, surpresa e contemplação são palavras apropriadas para definir a experiência de cinco jovens da Agência Jovem de Notícias ao percorrer o Complexo do Alemão. Do receio da altura causado pelo teleférico ao desafio de equilibrar-se nas vielas íngremes e estreitas dos morros até chegar no topo mais alto da favela, foram muitos os sentimentos e questionamentos de Alessandro, Isadora, Enderson, Vinícius e Bruno.
Numa zona norte ignorada pelas novelas da Globo, mas lembradas por seus telejornais para noticiar crime e violência, existe beleza na simplicidade e na constante busca dos moradores por dignidade. Os discursos acerca de justiça social e sustentabilidade socioambiental, amplamente disseminados durante a Cúpula dos Povos e Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável, exemplificaram-se a cada passo do percurso. “A Rio+20 precisa ver isto: saneamento básico, que aqui não tem”, diz com firmeza Lúcia Maria Oliveira, do Núcleo de Mulheres Brasileiras em Ação (NUMBA), que nos acompanhou durante a visita à comunidade.
Naquele momento, apontava para a água que jorrava do encanamento de uma das casas em frente a um pequeno bar onde o grupo comeu vários pasteizinhos a 50 centavos cada, cansado e faminto após atingir a área de proteção ambiental da Serra da Misericórdia, área antes frequentada apenas pelos traficantes que controlavam o Complexo.
Do alto da serra, foi possível perceber a beleza de uma cidade da qual a grande mídia parece se envergonhar. Sem vista para a Marina da Glória nem para o Cristo Redentor, o topo do Complexo do Alemão encanta ao revelar a ponte Rio-Niterói, as casinhas, os caminhos estreitos e o verde dos morros ocupados por milhares de pessoas.

Caminhamos por entre pedras, mato e trilhas conhecidas internacionalmente pela fuga dos traficantes quando da intervenção do exército na comunidade há cerca de dois anos; ou do assassinato do jornalista Tim Lopes, há dez anos. Mas hoje, o espaço é de preservação ambiental, à disposição de qualquer pessoa que queira curtir a natureza e a paisagem bonita da periferia carioca. Uma placa incentiva a apropriação da comunidade para a realização de atividades físicas e lazer dos moradores.
E nesta quarta-feira (20), foi assinado um convênio entre Prefeitura do Rio de Janeiro e Caixa Econômica Federal, durante a Rio+20, para a construção de um parque ecológico na região da Serra da Misericórdia, no valor de 10, 9 milhões de reais.

Do alto do teleférico

A partir da Estação Alemão, onde pegamos o teleférico até Bonsucesso, aconteceu uma conversa profunda com uma verdadeira especialista em Complexo do Alemão. Lúcia, do NUMBA, tem 50 anos e morou a vida inteira na comunidade. Ela orgulha-se das melhorias recentes no local, fruto de uma parceria inédita entre as esferas municipal, estadual e federal. As estações de teleférico, que cobram apenas um real para serem utilizados por visitantes e gratuitos para moradores do Complexo, são amostras desse avanço, segundo ela.
As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram paralisadas recentemente. Com foco na habitação, muitas casas foram desapropriadas, mas ocupadas novamente por antigos e novos moradores. O Alemão aguarda continuidade das ações, mas a comunidade vive e age enquanto espera, desenvolvendo diversas ações sociais.

Numa visão panorâmica de parte dos morros que constituem o Complexo foi possível observar a construção adiantada de diversas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e a rotina agitada de uma comunidade de 70 mil habitantes, de acordo com dados de 2010. Apesar das melhorias, Lúcia mostra-se preocupada com a questão da acessibilidade. Para ela, essa é uma questão com a qual os governos não se importam. Na Estação Alemão, ela disse que cadeirantes não têm acesso aos teleféricos, devido à ausência de espaço para cadeira de rodas. No entanto, um funcionário da estação fez questão de dar a sua versão, dizendo que auxiliam pessoas com deficiência para utilizarem o meio de transporte.
Ao descer o morro com dificuldade, por becos escorregadios e irregulares, e amparados por cercas de madeira, algumas com pregos e arame farpado, sentimos na pele a necessidade de acessibilidade nos espaços mais escondidos da comunidade. Acessibilidade, inclusive, para o serviço de coleta de lixo, presente apenas na parte baixa do Alemão.


Lúcia aponta com indignação para o lixo presente em uma das áreas próximas a uma das vielas, fruto de anos de descaso com o saneamento básico e de acomodação de alguns moradores à situação. “Por que não reivindicam caçambas no meio do morro?”, questiona a moradora.
No Complexo do Alemão existe tranquilidade, apesar dos problemas. A pacificação foi positiva para a comunidade, no entanto é preciso não apenas coibir o tráfico, que hoje, aparentemente, não mais domina o morro do Alemão. É necessário olhar para os seus moradores. O PAC promoveu algumas mudanças de acordo com o entendimento do governo sobre as necessidades da população. Mas vimos hoje que ainda há muito a ser feito. Basta boa vontade e diálogo com a população para entender melhor o que de fato a comunidade quer e precisa.





sábado, 23 de junho de 2012

Favela na Cúpula dos Povos

Rio + 20 
Por: Silvana Bahia (silvana@observatoriodefavelas.org.br)
Fonte: O
bservatorio de Favelas


A Rio+20 altera o cotidiano da cidade. O Riocentro e o Aterro do Flamengo - onde acontecem a conferência oficial e a Cúpula dos Povos, respectivamente - não são os únicos locais onde se discute as questões ambientais.
Na Maré e no Complexo do Alemão, em dois dias, foram realizadas atividades autogestionadas da Cúpula dos Povos com o tema: “A Favela na agenda dos Direitos Sociais e Ambientais”. Os encontros, organizados pelo Observatório de Favelas e instituições parceiras, reuniram pessoas de dentro e fora das favelas para discutir assuntos abordados na conferência oficial, trocar experiências e propor estratégias para garantir direitos sociais e ambientais nos espaços populares.

O sábado (16) no Galpão Bela Maré teve uma mesa formada pelos representantes das organizações que atuam em favelas em torno da Av. Brasil, - Jorge Luis Barbosa, do Observatório de Favelas; Alan Brum, do Instituto Raízes em Movimento; Edson Gomes, do Verdejar Socioambiental e Eliana Souza e Silva, da Redes da Maré - com o intuito de produzir um documento propositivo que foi apresentado na Plenária de convergência no eixo 1: “Direitos, por justiça social e ambiental”, na Cúpula dos Povos. O texto pontuou entre outras questões o direito à cidade em sua plenitude, com ênfase no direito à moradia.

O documento também recomenda que políticas públicas que assegurem condições urbanas plenas da vida social e modos de gestão ambiental que primem pela preservação e proteção ecológica desses territórios são necessárias, garantindo os direitos de habitar a cidade; Além de investimentos no âmbito de políticas de geração de trabalho e renda que valorizem as experiências de organização e sociabilidade dos moradores de favelas; a implementação de políticas de segurança pública pautadas nos direitos humanos que tenham como princípio fundamental a valorização da vida dos moradores; valorização simbólica e material da pluralidade cultural das comunidades com investimentos na produção, difusão e socialização das ações artísticas e culturais das favelas no âmbito da cidade como um todo.  


Cúpula dos Povos no Galpão Bela Maré Foto: Léo Lima/Imagens do Povo
Cúpula dos Povos no Galpão Bela Maré Foto: Léo Lima/Imagens do Povo
No evento da Maré, moradores da Vila Autódromo, na Zona Oeste, que estão resistindo à tentativa de remoção para a construção de um Parque Olímpico, também falaram sobre a incidência da Rio+20 nos espaços populares. Jane Nascimento, diretora social da Vila Autódromo, acredita que a conferência não traz mudanças diretamente positivas, porém é uma oportunidade para expressar opiniões. “A mudança nós é que vamos fazer, aproveitando a Rio+20 para colocar para fora o nosso direito de voz. Sabemos que talvez nem sejamos ouvidos pelas autoridades, mas pelo menos fica desmascarado que o papel que eles [governo] deveriam fazer pela população não é feito. Eles só trabalham em benefício do capital”, disse a diretora que vive há mais de vinte anos na Vila Autódromo.

Alan Brum, do Instituto Raízes em Movimento, disse que o momento atual da cidade, somado à Rio+20, pode ser uma ocasião de visibilizar as reivindicações das favelas. “Creio que nem as autoridades responsáveis pela conferência oficial no Riocentro se comprometerão com algumas das metas socioambientais que elas mesmas determinarão. Não será surpresa se a pauta das favelas não for levada em conta. Mas acho que vale no sentido de dar visibilidade e voz as principais questões e ambições justas e democráticas dos espaços populares”, concluiu.

Além dos representantes das organizações que participaram dos debates, outros grupos estiveram presentes, como o Coletivo Entre Sem Bater que exibiu um vídeo com moradores do morro da Providência, que terão suas casas demolidas pela Secretaria Municipal de Habitação para a construção de um teleférico. O Cine Clube Sem Tela, organizado por alunos da Escola Popular de Comunicação Crítica (ESPOCC) da Maré, exibiu o filme Ilha das Flores, seguido de um debate entre Luciana Meireles, da Retalhos Cariocas, Regina Tchelly, do Favela Orgânica e Robson Borges, da Cooperativa Eu Quero Liberdade. Todos atuam dentro e fora de favelas cariocas com iniciativas que tem o desenvolvimento sustentável como eixo das ações.

“Hoje todo mundo é eco”

Na continuação das atividades da Cúpula dos Povos nas favelas, na terça (19), foi a vez do Complexo do Alemão reunir ativistas, moradores e organizações da sociedade civil acerca do tema: “A favela como novo modelo de sociedade sustentável dentro da cidade insustentável”. Foram apresentadas experiências desenvolvidas nas favelas como estratégias para o desenvolvimento local sustentável.
Rafael Carvalho, do Verdejar Socioambiental, falou sobre o descaso com a Serra da Misericórdia, que corta 27 bairros da Zona Norte do Rio, e que a dimensão em relação à proteção ambiental devia ser mais efetiva e participativa. Por conta disso, em 2006, foi criado pelo Verdejar Socioambiental e pelo Instituto Raízes - organizações que atuam no Complexo do Alemão - um comitê gestor de desenvolvimento local da Serra da Misericórdia. O objetivo do comitê é ter diálogo melhor com o poder público sobre as questões ligadas ao desenvolvimento da Serra da Misericórdia e das comunidades em torno do maciço.

“A ideia é trazer todos os parceiros que possam contribuir de alguma forma para a construção de um plano de desenvolvimento sustentável efetivo do Complexo do Alemão. Para isso é fundamental que a sociedade civil participe desse processo. Em 2001 foi decretado que a Serra da Misericórdia é uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana. Depois, em 2010, foi nomeada como Parque Urbano da Serra da Misericórdia. Só que a ‘proteção’ nunca saiu do papel”, explicou Rafael Carvalho.
A Favela na Agenda dos Direitos Sociais e Ambientais. Foto: Francisco Valdean
A Favela na Agenda dos Direitos Sociais e Ambientais. Foto: Francisco Valdean
A Cooper Liberdade, que organizou a mostra Eco Periferia, também no Alemão, por meio de seu coordenador Robson Borges, apresentou as ações de coleta seletiva e o reaproveitamento do óleo de cozinha, que depois é transformado em material de limpeza. A iniciativa existe desde 2005, sendo formalizada em 2008, como cooperativa de reciclagem. Um de seus objetivos é buscar alternativas de inclusão de egressos do sistema prisional na sociedade, além de usar a educação ambiental como ferramenta para sensibilizar, informar e mobilizar os moradores de espaços populares para a destinação correta de resíduos.

“A gente está tentando reciclar vidas. São muitos recursos que tramitam dentro das secretarias voltados para o meio ambiente, voltados para o sistema penal e uma organização como a nossa não é incentivada. Onde estão os recursos do Estado? Onde estão os recursos da prefeitura? Onde estão os recursos das empresas que se dizem socioambientais? Hoje todo mundo é eco, virou moda. Vai ser como uma onda: vai passar e aquele que não tiver amor, não vai continuar lutando. Muitos aproveitam esse momento para capitalizar. O trabalho é importante, podemos transformar essa comunidade em uma comunidade sustentável de fato”, ponderou Robson Borges.

Pautar assuntos como o desenvolvimento sustentável nas favelas é uma forma de trazer para estes territórios as discussões da conferência oficial como ponderou Melisanda Trentin, do Núcleo de Justiça Ambiental da Fase. “A Cúpula dos Povos é uma grande chance, não só para as favelas, mas também para outros grupos que estão fora desse eixo do discurso oficial que está colocado pela Rio+20. É o momento para trazer todo o trabalho que vem sendo feito há anos sobre o lugar da favela, sobre as soluções criativas que ela apresenta”, concluiu Melisanda.








quarta-feira, 20 de junho de 2012

CAIXA assinou no dia 20 de junho (quarta-feira), durante cerimônia da Conferência Rio +20, termo de compromisso para a construção do Parque Urbano da Serra da Misericórdia

Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, assinou na manhã desta quarta-feira (20) com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, um termo de compromisso para a construção do Parque Urbano da Serra da Misericórdia, o Parque da ultima área Verde da Leopoldina. O investimento será de R$ 15 milhões, sendo R$ 10,9 milhões oriundos do Fundo Socioambiental da Caixa.


Foto: Allan Lucas



O projeto pretende realizar a recuperação de áreas verdes, cercamento do parque, implantação de infraestrutura, ciclovia, equipamentos esportivos e de lazer e construção de Pólos de Atividades Sociais (PAS), com a criação de um lago artificial. Contará também com quadras poliesportivas, áreas de convivência, lazer, apoio administrativo e auditório, local onde serão realizadas atividades de educação ambiental com a população.

Para o presidente da CAIXA, Jorge Hereda, “será o primeiro parque ambiental que vamos ajudar a construir. Queremos devolver parte do lucro da CAIXA à sociedade brasileira na forma de projetos sociais e ambientais” afirmou.

A área de implantação do parque possui cerca de 240 hectares, e está localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O parque será uma alternativa de lazer para a população dos bairros vizinhos, como Penha, Olaria, Inhaúma, Vila Cruzeiro, Bonsucesso, Ramos, e Complexo do Alemão, além de beneficiar outros bairros da cidade.

Fundo Socioambiental-O Fundo Socioambiental destina recursos correspondentes, a até 2% do lucro anual do banco, para apoio a projetos socioambientais, o que tem fortalecido e ampliado o papel da empresa na promoção da cidadania e da sustentabilidade econômica e socioambiental do país.

Parque Leopoldina-O parque está situado na Serra da Misericórdia, uma das poucas áreas livres disponíveis para criação de um parque de uso coletivo para as populações que residem em seu entorno.

A recuperação ambiental do parque irá proporcionar lazer e educação ambiental para a população, e será responsável pela conservação da área, evitando a pressão pela ocupação irregular do local.


Fonte: Jornal do Estado 




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Igreja da Penha, um dos pontos turistícos da Zona norte do Rio

Plano Inclinado é o novo acesso ao monumento histórico; devolve aos turistas a chance de visitar a igreja de bondinho, com as bençãos de Nossa senhora da Penha!


Foto: Sadraque Santos


Dois planos sobre trilhos que se unem ao primeiro, vão integrar o Largo da Penha ao alto da Vila Cruzeiro. E garantem que a Igreja da Penha volte a ser ponto turístico visitado por aqueles que vêm à capital fluminense. O plano inclinado vai permitir também que os dois pontos do bairro estejam interligados e também reduzir o trajeto até a Igreja da Penha, na zona norte do Rio. Os visitantes levarão, a partir de agora, nove minutos para chegar até a igreja, que deve ser novamente procurada como ponto turístico.



terça-feira, 12 de junho de 2012

O congresso internacional de Juventude foi um momento histórico

“O congresso foi um presente para toda comunidade”, esse foi o depoimento de Liana Lima, Bióloga e uma das representantes do CEM – Centro de Educação Multicultural, da Aliança pela Misericórdia, no Complexo da Penha.



Liana participou efetivamente de todo o processo de integração dos jovens na Vila Cruzeiro. Hoje foi um dia muito especial e produtivo na comunidade. Todos os participantes do congresso puderam colocar na prática, tudo que debateram e aprenderam durante o evento. O dia foi de “mão na massa”.

Liana explicou o que foi feito na Serra da Misericórdia: “Hoje construímos um viveiro, onde serão plantadas 5 mil mudas, de espécies da mata atlântica e frutíferas. O objetivo é reflorestar parte da Serra da Misericórdia, que vem sendo devastada desde da década de 40, principalmente pela exploração de uma pedreira. O local foi instituído no ano passado como Parque Municipal, esse lugar é de grande importância para o meio ambiente e para as pessoas que moram aqui.”

Liana topou participar do congresso por acreditar que a união de pessoas é o diferencial para um mundo mais sustentável e diz que a escolha de um evento mundial ser feito na zona norte do Rio dá mais visibilidade para a região.

“Muitos turistas só conhecem o Rio pela Zona Sul e esquecem de vir até a Zona Norte, para ver a realidade da nossa cidade. Infelizmente a região é esquecida, aqui existem muitos lugares que precisam ser preservados. Precisamos ter consciência para reflorestar e melhorar tudo que foi esquecido. Eventos como esse dão incentivo pra gente continuar a lutar.”
O congresso Mundial da Juventude deixou a marca em uma das comunidades mais conhecidas da cidade. O feito vai beneficiar a vida de muitas famílias. A Serra da Misericórdia vai voltar a respirar.


Fonte: World Youth Congress 2012





domingo, 10 de junho de 2012

Vila Cruzeiro é palco para intercambio cultural de jovens de 102 países diferentes

Estrangeiros e cariocas, jovens delegados e militantes se unem por uma economia mais criativa e sustentável.

Centro de Educação Multicultural


A pauta é Serra da Misericórdia e suas potencialidades, uma das últimas áreas verdes da Zona da Leopoldina. Se destacou com o "Oásis tropical no Complexo do Alemão", um Piscinão formado durante escavação de pedreira que virou um paraíso na favela. O cenário que também ficou famoso pela fuga de traficantes na ocupação por policiais do Complexo do Alemão em 2010 vai dar lugar a ações pacíficas de transformação da paisagem de acordo com preceitos sustentáveis e de olho na geração de renda para moradores da comunidade do Rio de Janeiro. A Vila Cruzeiro, zona Norte do Rio de Janeiro, recebe neste fim de semana mais de 350 jovens participantes do 6° Congresso Mundial de Juventude, que termina na próxima terça, dia 12.

Alto da Serra da Misericórdia



Jovens criam viveiro para reflorestamento e novos projetos na Serra, no fim de semana

A fim de colocar as propostas debatidas no evento em prática, delegados vindos de 122 países e do Brasil vão construir três viveiros para até 15 mil mudas a serem usadas no reflorestamento da região. Escolhida pela forte vulnerabilidade social, a comunidade carioca receberá outras nove iniciativas como oficinas de reciclagem de roupas, grafite, projetos pedagógicos, artes cênicas e outras. Planos para exploração responsável de ecoturismo e da permacultura na área e o diálogo sobre experiências fotográficas também estão previstos para estimular a economia criativa.

A visita, que acontece entre sábado e segunda-feira, é um caminho para experimentar ações locais em discussão no Congresso. Também haverá intervenções artísticas. O intercâmbio é um dos objetivos do evento, que vai listar atividades e mudanças necessárias para garantir um futuro mais sustentável com a criação de novas metas de desenvolvimento.

O 6ª edição do Congresso Mundial de Juventude, primeira na América Latina e no Brasil, começou no dia 5 em Vargem Pequena, no Rio de Janeiro. O encerramento, no próximo dia 12, inclui uma marcha para entregar a sugestões sobre a participação dos jovens na economia às autoridades que participam da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Rio+20).

O evento é promovido e licenciado pela Peace Child International em cooperação com a Aliança pela Misericórdia, a ONG Verdejar, Associação de Moradores e parceiros locais. No Brasil, os organizadores são o Instituto Peace Child, Universidade da Juventude e Instituto Raízes da Tradição.


Participação comunitária

O objetivo do encontro é chamar a atenção do poder público para a degradação ambiental da região. E, ainda, provocar a abertura de diálogo com o governo para a construção do Parque Ecológico da Serra da Misericórdia e de equipamentos públicos. A Serra da Misericórdia é uma das últimas áreas verdes da Zona da Leopoldina, e onde não tem muitas opções de lazer.

Documento com soluções de sustentabilidade discutidas no encontro de jovens serão encaminhadas para os chefes de Estado e governo que participarão da Rio+20


SERVIÇO: 6º Congresso Mundial da Juventude
QUANDO: 09 a 11/06/2012 das 8h30 às 18h30
ONDE: Serra da Misericórdia / Complexo do Alemão e Penha










sexta-feira, 1 de junho de 2012

ARRAIAL MULTICULTURAL na Serra da Misericórdia



Olha o Arraial minha gente!



 Acontece no Centro de Educação Multicultural, dia 09 de junho de 2012 (sábado), das 19h às 22h o nosso ARRAIAL MULTICULTURAL na Aliança pela Misericórdia. Este evento, tem por missão resgatar as festas juninas de rua, representando as brincadeiras de São João, os pratos  típicos e as quadrinhas de roda. A proposta é despertar nos moradores este movimento de participação em conjunto e esta constante criação de redes.

Estarão reunidos na Aliança durante o dia, um grupo de jovens, vindos para o 6º Congresso Mundial de Juventude. Faremos mutirão de grafitti, permacultura, retirada de lixo,


OBJETIVOS

§  Unir moradores e jovens do Congresso, favorecendo “as trocas” culturais e sociais;
§  Gerar fundos para a manutenção do projeto “CEM – Centro de Educação Multicultural”;
§  Estimular o desenvolvimento local através do resgate das festas juninas;

PROGRAMAÇÃO

19:00 Concentração e apresentação
19:40 Roda de Capoeira
20:30 Final: Projeções de Vídeos e Fotografias

Comidinhas típicas
Fogueira



ALIANÇA PELA MISERICÓRDIA

A Aliança pela Misericórdia vem desenvolvendo atividades com uma proposta sociocultural ambiental, por meio de oficinas de arte-educação, palestras, eventos e feiras, trabalhos em grupo e movimentos em favor da preservação da Serra da Misericórdia. Nos últimos meses, trabalhamos intensamente na estruturação do CEM - Centro de Educação Multicultural, um espaço físico que funciona como sede do grupo para a realização de oficinas e ponto de apoio para o trabalho de preservação. E para a continuação das atividades o grupo conta com apoio de voluntários, e instituições parceiras.


INFORMAÇÕES
www.aliancapelamisericordia.blogspot.com


CONTATOS
E-mail: aliancapelamisericordia@gmail.com / Tel.: 21 4108-0258






Ação Rio Pra + 20 no dia 3 de Junho na Praça XV


Informando a cidade a respeito da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável

Você sabe o que é a Rio+20? Uma pesquisa recente mostrou que 80% da população brasileira não sabe. Para tentar reduzir esta porcentagem, jovens empreendedores da área ambiental criaram a Ação Rio pra +20, cujo objetivo é informar àqueles que circulam diariamente pela Praça XV sobre a Conferência Mundial da ONU, que acontece em junho, no Rio de Janeiro.

Marcada para 04 de junho, véspera do dia mundial do Meio Ambiente, esta iniciativa pretende esclarecer os propósitos da Rio+20, a fim de estimular, entre a sociedade civil, o debate sobre os eixos temáticos da Conferência e a participação nos eventos oficiais e extra-oficiais.

Distribuição de mudas da Mata Atlântica, grafite ecológico em banheiros químicos, câmera aberta, discotecagem de música regional do Brasil e do mundo, projeção de vídeos ambientais, painéis coletivos de mensagens, oficinas de materiais reutilizados e rodas de conversa são os principais atrativos desta ação.

Todos estão convidados a participar e contribuir com ideias, opiniões, informações.
A Ação Rio pra +20 acontece no dia 04 de junho, segunda-feira, de 8h às 13h, na Praça XV, próximo ao Paço Imperial.



INICIATIVA: 
Instituto Moleque Mateiro de Educação Ambiental
www.molequemateiro.com.br
www.facebook.com/Instituto.Moleque.Mateiro

VideVerde Compostagem
www.videverde.com.br

ActionShop Serviços Ambientais
www.actionshop.com.br
www.facebook.com/ActionShopWeb

APOIO: Imagine Filmes, INEA, NIMA










6º Congresso Mundial da Juventude - Preparatório para RIO+20


O 6o Congresso Mundial da Juventude acontece entre os dias 4 a 13 de junho de 2012, onde 350 jovens delegados de vários países participarão de atividades que serão realizadas em um Sítio em Vargem Pequena/RJ e na Vila Cruzeiro (Complexo da Penha) e Complexo do Alemão. 

O Congresso vai reunir centenas de jovens (idade 18-30) de todo o mundo. Eles incluem ativistas de desenvolvimento de jovens, jovens profissionais de mídia, educadores jovens, jovens artistas, jovens empresários, profissionais de saúde jovens, aos jovens desfavorecidos, atletas jovens e militantes.



A Aliança pela Misericórdia está participando do Projeto Solução Jovem, que faz parte do calendário oficial das atividades internacionais do 6o Congresso Mundial da Juventude, preparatório para RIO+20. O “Solução Jovem” será realizado nos dias 9, 10 e 11 de junho de 2012, na Vila Cruzeiro (Complexo da Penha) e Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro e está dentro das atividades culturais e de legado social, cultural, ambiental e comunitário que os jovens locais e mundiais realizarão durante o evento.




Congresso Mundial da Juventude – Turquia, 2010





A organização e a realização são da Associação Raízes da Tradição em conjunto com a Peace Child Londres, o Instituto Peace Child Brasil, Universidade da Juventude e a ONU HABITAT, tendo patrocínio da RIOTUR/Prefeitura do Rio de Janeiro. Contamos com o apoio institucional do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), Secretaria Nacional de Juventude/Secretaria Geral da Presidência da Republica, além da Superintendência de Política para a Juventude do Governo do Estado do Rio de Janeiro e Coordenadoria Municipal da Juventude Cidadã do Rio de Janeiro.

            O Congresso Mundial da Juventude (World Youth Congress – WYC) nasceu em 1997 diante das necessidades apontadas pela Cúpula da Terra (RIO+5). Nessa ocasião, verificou-se que a Ajuda ao Desenvolvimento caiu 17% desde 1992,  apresentando um retrocesso que frustrou as previsões de aumento, propostas pela Cúpula da Terra. Assim, o Congresso Mundial da Juventude foi concebido como uma espécie de Cúpula da Terra dos Jovens. Realizado no Havaí em 1999, o evento converteu-se em um processo mais abrangente na identificação de prioridades para o novo milênio e, por isso,  foi denominado Congresso dos Jovens do Milênio. Milhares de jovens de todo o mundo identificaram 10 prioridades para o milênio.
           
            Por ocasião da Rio+20, será realizado o 6o Congresso Mundial da Juventude com os 350 delegados. O evento - dirigido por e para jovens de todo o mundo - terá atividades tais como: palestras, diálogos, workshops, projetos de ação locais e intensa programação cultural. Para mais informações: www.wycrio2012.org.



Tema 2012:

“Qual é o papel mais eficaz que os jovens podem desempenhar no desenvolvimento?”

As respostas incluíam: formações de jovem a jovem, consciencialização para temas como a AIDS, criação de novos negócios geridos por jovens, consciencialização ambiental, proteção e conservação da natureza, defesa dos direitos humanos, consolidação da paz, entre muitos outros. Em suma, tendo oportunidade, formação adequada e investimento os jovens podem contribuir em quase tudo no que diz respeito à erradicação por completo da pobreza no mundo.